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quinta-feira, 19 de setembro de 2024

1 − 1 + 1 − 1 +...', a curiosa explicação de matemático sobre como Deus criou o mundo

Caros Leitores;








CAROLINE SOUZA / BBC

Uma representação da série de Grandi

matemática poderia explicar o significado da vida, do universo e de todo o resto?

Vai saber. Mas sempre vale tentar.

Uma das tentativas de demonstrar a probabilidade de algo tão desconcertante como o início de tudo foi com algo que está representado como você vê na imagem acima.

Com ∑, ∞ e vários n pode parecer um pouco intimidador.

Mas tudo isso pode ser representado de outra forma: 1 − 1 + 1 − 1 +…

São operações simples, mas se as repetirmos ao infinito, tornam-se uma soma que ocupou os maiores matemáticos desde o século 18.

A grande questão era: qual é o resultado dessa soma infinita?

Uma resposta intuitivamente óbvia é que não há resposta: se continuar infinitamente, se alterará entre 0 e 1 sem nunca chegar a valor único.

No entanto, essa é apenas uma das 4 opções consideradas ao longo do tempo.

E talvez a mais surpreendente seja que a que mais convenceu o primeiro matemático a chamar a atenção para este quebra-cabeça conhecido como série Grandi.

O instigador

Luigi Guido Grandi (1671 - 1742) foi um padre, filósofo, matemático e engenheiro nascido em Cremona, hoje na Itália.

Seu interesse pela matemática demorou a surgir, mas com seu primeiro livro, "Geometrica divinatio Vivianeorum problematum", publicado em 1699, ele ganhou reconhecimento no seu e em outros países.









As rosas polares intrigam matemáticos e artistas desde que foram descritas pela primeira vez por Guido Grandi no século XVIII

Sua reputação o levaria a virar, em 1707, o matemático da corte do Grão-Duque da Toscana, Cosme 3º de Medici, e no cargo foi responsável por importantes projetos de engenharia, incluindo a drenagem do Vale de Chianna.

Também colaborou na publicação da primeira edição das obras de Galileu Galilei (1718), publicou uma versão italiana dos "Elementos" de Euclides (1731), aconselhou o Papa Clemente sobre a reforma do calendário e introduziu na Itália as ideias de Gottfried Leibniz sobre cálculo.

Admirado também no exterior, tornou-se membro da prestigiada Royal Society of London em 1709, depois de Isaac Newton publicar seu trabalho sobre teoria musical.

Uma de suas obras mais admiradas foi o estudo da rosa polar, uma família de curvas que lembram flores, que chamou de rhodoneas (do grego rhodon, rosa), em seu livro "Flores Geometrici" (1725).

Mas foi uma outra obra sua que despertou não só o interesse de seus pares, mas também uma acalorada polêmica em torno da série que leva seu nome.

0, 1, 1/2

O livro, publicado em 1703 e com o título de “Quadratura do Círculo e da Hipérbole”, continha um resultado que chamou bastante atenção.

Grandi estudou aquela soma infinita de 1 − 1 + 1 − 1 + · · ·

E observou que adicionando parênteses, chegava-se a resultados diferentes.

(1 - 1) + (1 - 1) + (1 - 1)... resultava em 0 + 0 + 0..., que é igual a 0.

Mas se fosse escrito assim: 1 + (- 1 + 1) + (- 1 + 1) + (- 1 + 1)... então a soma seria 1 + 0 + 0 + 0..., o que daria 1.

Isso por si só já era surpreendente.

Mais surpreendente ainda foi ele afirmar que a soma de infinitos 0s é igual a 1/2.












A "Quadratura" não continha muitos trabalhos originais, exceto dois elementos particulares: a construção da curva de Agnesi e a identificação da série Grandi.

Grandi preferiu explicar esse resultado com uma parábola em que imaginava dois irmãos que herdaram dos pais uma joia valiosa.

Eles foram proibidos de vendê-la e dividi-la à metade destruiria seu valor.

Os irmãos concordaram que alternariam a propriedade da joia, trocando todo dia de Ano Novo.

Supondo que o acordo continuasse indefinidamente, então, do ponto de vista de cada irmão, a propriedade da joia pode ser representada pela série

1 − 1 + 1 − 1 + · · ·

Assim, cada irmão possui a joia pela metade do tempo, então o valor desta série seria 1/2.

Você pode ficar surpreso, mas vários matemáticos relevantes da época concordaram que essa era a resposta.

O renomado Leibniz chegou à mesma conclusão por outros métodos e declarou que 1/2 era a resposta que lhe parecia correta, embora reconhecesse que o argumento era mais "metafísico do que matemático".

O suíço Leonhard Euler, um dos maiores e mais prolíficos matemáticos de todos os tempos, fez seus próprios cálculos e escreveu em 1760:

“Não pode restar dúvida de que, de fato, a série 1 − 1 + 1 − 1 + 1 − 1 + etc. e a fração 1/2 são quantidades equivalentes e que é sempre permitido substituir uma pela outra sem erro."

Tal como eles, outros matemáticos em toda a Europa discutiram a série infinita, chegando a suas próprias conclusões.

Mas um deles, em particular, não gostou muito das ideias de Grandi.

Do nada a tudo

Detalhe de "A Criação do Mundo e a Expulsão do Paraíso", de Giovanni di Paolo, 1445.

Alessandro Marchetti (1633 - 1714) era o professor de matemática na Universidade de Pisa e ressentiu-se da fama internacional de Grandi.

Tentando desacreditá-lo, criticou duramente seu livro.

Em resposta, Grandi publicou uma segunda edição de "Quadratura..." em 1710.

Mas desta vez ele foi autorizado a incluir um comentário que os censores haviam exigido que fosse removido da versão anterior, condição com a qual ele concordou, não sem relutância.

Era uma afirmação ainda mais surpreendente do que os resultados que ele tinha obtido.

Sua reflexão foi de que ao se adicionar parênteses à expressão 1 − 1 + 1 − 1 + · · · era possível obter, de maneiras diferentes, 1 ou 0, “então a ideia de criação ex nihilo era perfeitamente plausível”.

A criação ex nihilo é a criação a partir do nada.

Além disso, se uma quantidade finita podia ser obtida a partir de uma soma infinitamente prolongada de zeros, era necessário “reconhecer aquele poder infinito”, uma força que mesmo “multiplicando o que em si não é nada, transforma-o em algo, da mesma forma que, dividindo uma magnitude finita, força-a a degenerar em nada."

E tinha sido “pelo poder infinito do Deus Criador que todas as coisas foram feitas do nada, e todas as coisas podem ser reduzidas ao nada”.

Assim, Grandi parecia ter chegado a uma prova matemática de que Deus havia criado tudo do nada.

É claro que isso serviu para jogar lenha na fogueira: Marchetti publicou então um ataque a essa segunda edição em 1711, ao qual Grandi respondeu com outro artigo em 1712.

A polêmica continuou até a morte de Marchetti, em 1714.

O interesse pela série de Grandi, no entanto, persistiu.

Embora seus argumentos não resistam ao escrutínio matemático moderno, existe um marco para somas infinitas em que a série de Grandi é igual a 1/2.

É conhecida como soma de Cesàro, em homenagem ao matemático italiano Ernesto Cesàro, do final do século XIX.

No entanto,segundo diversas fontes, a opinião geral dos matemáticos hoje é que o valor da série de Grandi não é 1, nem 0, nem 1/2: o resultado dessa soma infinita é nenhum.

Mas, se fosse algum, seria 1/2.

Para saber mais, acesse o linlk>

Fonte: BBC News Brasil  Publicação 19/09/2024

https://www.bbc.com/portuguese/articles/cdrjdr2lpymo

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Web Science Academy; Hélio R.M.Cabral (Economista, Escritor e Divulgador de conteúdos de Economia, Astronomia, Astrofísica, Astrobiologia Climatologia). Participou do curso (EAD) de Astrofísica, concluído em 2020, pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

>Autor de cinco livros, que estão sendo vendidos nas livrarias Amazon, Book Mundo e outras.

terça-feira, 17 de setembro de 2024

Transição Energética

Caros Leitores;

A presidência da COP29 lança iniciativas em busca de mais ambição no financiamento da transição energética, entre elas, um fundo voluntário de países e empresas produtoras de combustíveis fósseis.

 
Também prevê um corredor de energia verde, com metas para promover o investimento, expandir a infraestrutura e promover cooperação regional.
 
Em meio a recordes de calor e prejuízos causados por eventos climáticos extremos, aumenta a pressão para destravar recursos para incluir nações emergentes e vulneráveis na economia de baixo carbono.

Faltando menos de dois meses para a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP29), o Azerbaijão propôs, nesta terça (17/9), 15 iniciativas para aumentar a ambição do financiamento climático, entre elas, um fundo voluntário para captar contribuições de produtores de combustíveis fósseis.
 
As propostas foram apresentadas pelo ministro de Ecologia do Azerbaijão e presidente da COP29, Mukhtar Babayev, em uma carta a todas as partes da conferência.
 
Essas agendas paralelas usam "o poder de convocação da COP e as respectivas capacidades nacionais dos anfitriões para formar coalizões e impulsionar o progresso", diz o documento.
 
É uma forma de mobilizar parcerias, sem necessariamente precisar que elas passem pelo consenso final das quase 200 partes que compõem a conferência.
 
A principal tarefa para a cúpula marcada para novembro deste ano na capital do Azerbaijão, Baku, é que os países concordem com uma nova meta anual de financiamento.
 
O desafio está em chegar a um acordo entre o quanto os países ricos concordam em pagar e os emergentes e vulneráveis acreditem ser justo.
 
O grupo Árabe, por exemplo, defende que é necessário, no mínimo, US$ 441 bilhões entre 2025 e 2029, enquanto o da África diz que as nações ricas precisam mobilizar US$ 1,3 trilhão por ano. E as 45 nações mais pobres calculam que até 2030 precisam de um total de US$ 6 trilhões mobilizados.
 
Ao mesmo tempo, o Canadá afirma que, sem novos doadores, não dá para subir a meta de US$ 100 bilhões/ano e os Estados Unidos e Europa argumentam que é “inteiramente justo” ter novos doadores, como China e Arábia Saudita, por exemplo.
 
Do lado de cá, Brasil, Argentina e Uruguai reforçam que é mais oneroso para países em desenvolvimento encontrar o dinheiro da transição.

As propostas

Em novembro de 2023, durante a COP28, mais de 120 países se comprometeram a triplicar a capacidade de energia renovável até 2030.
 
Uma das propostas da presidência da COP29 visa angariar apoio em torno da promessa de aumentar a capacidade global de armazenamento de energia seis vezes acima dos níveis de 2022, atingindo 1.500 gigawatts até 2030. Isso incluiria um compromisso de aumentar os investimentos em redes de transmissão, adicionando ou reformando mais de 80 milhões de km até 2040.
 
Outra quer mobilizar países e empresas na criação de um mercado global para hidrogênio limpo, abordando barreiras regulatórias, tecnológicas, de financiamento e certificação.
 
E ainda criar zonas de energia verde, para estimular investimentos em infraestrutura e desenvolver mercados regionais.
 
“Por meio do lançamento dessas Iniciativas, a Presidência da COP29 está estabelecendo uma série de plataformas, parcerias e programas para permitir ações antes, durante e depois da COP29. Finanças, como um facilitador crítico da ação climática, é uma peça central da visão da Presidência da COP29, então as Iniciativas foram projetadas com ênfase especial em fornecer os meios de implementação”, explica Babayev.
 
A seguir, um resumo das iniciativas: 

  • Fundo de Ação Financeira Climática (CFAF): capitalizado com contribuições voluntárias de países e empresas produtoras de combustíveis fósseis, para catalisar os setores público e privado em mitigação, adaptação e pesquisa e desenvolvimento.

     
  • Iniciativa de Baku para Financiamento, Investimento e Comércio Climático (BICFIT): plataforma para promover o investimento em diversificação verde, apoiar o desenvolvimento de políticas e compartilhar conhecimentos por meio do diálogo.

     
  • Compromisso de Zonas e Corredores de Energia Verde da COP29: inclui metas para promover o investimento, estimular o crescimento econômico, desenvolver, modernizar e expandir a infraestrutura e promover a cooperação regional.

     
  • COP29 Global Energy Storage and Grids Pledge: compromisso com uma meta de aumentar a capacidade global de armazenamento de energia seis vezes acima dos níveis de 2022, atingindo 1.500 gigawatts até 2030. Além de aumentar consideravelmente os investimentos em redes visando os mais de 80 milhões de quilômetros até 2040.

     
  • COP29 Hydrogen Declaration: declaração para os setores público e privado para desbloquear o potencial de um mercado global para hidrogênio limpo e seus derivados com princípios e prioridades orientadores, para abordar barreiras regulatórias, tecnológicas, de financiamento e padronização.

     
  • COP Truce Appeal: apelo para uma COP Truce, nos moldes da Trégua Olímpica, para destacar a importância da paz e da ação climática.

     
  • COP29 Peace and Climate Initiative: prevê entregar resultados tangíveis, como estabelecer um centro de excelência para atender às necessidades dos mais vulneráveis ​​com os recursos existentes.

     
  • Declaração de Ação Digital Verde da COP29: busca acelerar a digitalização positiva para o clima e as reduções de emissões no setor de Tecnologia da Informação e Comunicação e aumentar a acessibilidade de tecnologias digitais verdes.

     
  • Iniciativa de Baku sobre Desenvolvimento Humano para Resiliência Climática: catalisar investimentos em educação, habilidades, saúde e bem-estar, em particular para crianças e jovens.

     
  • Iniciativa Climática Baku Harmoniya para Agricultores: agregador que reúne iniciativas, coalizões e redes para compartilhar experiências, identificar sinergias e lacunas, facilitar o financiamento e promover a colaboração na agricultura, inclusive por meio do empoderamento de comunidades e mulheres em áreas rurais.

     
  • Declaração da COP29 sobre a redução do metano de resíduos orgânicos: reforça compromissos já firmados.

     
  • Declaração dos Caminhos de Ações Multissetoriais (MAP) da COP29 para Cidades Resilientes e Saudáveis: aprimorar a cooperação multissetorial para enfrentar os desafios climáticos nas cidades e uma iniciativa para criar coerência em todos os esforços climáticos urbanos e catalisar o financiamento climático urbano.

     
  • Declaração da COP29 sobre Ação Aprimorada no Turismo: busca incluir metas setoriais para o turismo em NDCs e promover práticas sustentáveis ​​reduzindo emissões e aumentando a resiliência no setor.

     
  • Declaração da COP29 sobre Água para Ação Climática: convoca as partes interessadas a adotar abordagens integradas para combater as causas e impactos das mudanças climáticas em bacias hidrográficas e ecossistemas relacionados à água, integrar medidas de mitigação e adaptação relacionadas à água em políticas climáticas nacionais, incluindo NDCs e NAPS. A declaração lançará o Baku Dialogue on Water for Climate Action.

     
  • Baku Global Climate Transparency Platform (BTP): suporte aos países em desenvolvimento na preparação e submissão de Relatórios de Transparência Bienal.

COBRIMOS POR AQUI

CURTAS

Onde tem fumaça, tem CO2. O Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa do Observatório do Clima (SEEG) calculou as emissões das queimadas na Amazônia de junho a agosto deste ano. O resultado: 31,5 milhões de toneladas de CO2 equivalente -- quase o que a Noruega emite em um ano inteiro.
 
Amônia verde no RS. A Begreen Bioenergia e Fertilizantes Sustentáveis e o governo do Rio Grande do Sul anunciaram nesta terça (17/9) a assinatura de um memorando de entendimento (MOU) para que três fábricas de produção de hidrogênio e amônia de baixo carbono possam receber incentivos previstos no Programa de Desenvolvimento da Cadeia Produtiva de Hidrogênio do estado.
 
Com investimentos somados de R$ 150 milhões, as unidades serão construídas nas cidades de Passo Fundo, Tio Hugo e Condor e pretendem substituir a importação de insumos agrícolas.
 
Alemanha fecha acordo para hidrogênio australiano. Austrália e Alemanha firmaram, na sexta (13/9), um compromisso de expandir as cadeias de fornecimento de hidrogênio verde, com a ajuda de um financiamento de € 400 milhões do fundo alemão H2Global. A iniciativa visa a garantir compradores europeus para os produtores australianos de hidrogênio renovável.
 
Norueguesa entra nos mercados de hidrogênio e CCS. A Höegh LNG, que atua na operação de terminais de importação de gás natural liquefeito (GNL), anunciou nesta segunda (16/9) a mudança de nome para Höegh Evi, após expandir seus negócios para os mercados de hidrogênio e captura e armazenamento de carbono (CCS). No Brasil, a companhia é responsável pela FSRU do Terminal de Regaseificação de GNL de São Paulo (TRSP), no Porto de Santos, operado pela Compass.
 
Reservatórios abaixo do previsto. Os reservatórios das usinas hidrelétricas devem chegar ao fim de setembro em níveis abaixo do esperado no começo do mês, segundo o ONS. O Brasil vive uma intensa estiagem, que afeta os níveis de água das usinas. Uma das medidas na mesa para reduzir os impactos da estiagem no setor elétrico é o retorno do horário de verão.
 
Mudanças nas restrições de renováveis. O ONS vai alterar os processos de restrição de geração eólica e fotovoltaica a partir desta terça-feira (17/9). Essas restrições de geração ocorrem por causa da limitação na rede de transmissão.

Para saber mais, acesse o linlk>

Fonte:  Eixos.com.br Publicação 17/09/2024

https://eixos.com.br/

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