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Dúvidas sobre o desempenho da Bolsa no curto prazo voltaram a aparecer no mercado (Imagem: Money Times/Diana Cheng)
As preocupações dos investidores com relação à inflação global, em especial dos Estados Unidos, levaram o Ibovespa para as mínimas desde janeiro.
O principal índice da Bolsa brasileira encerrou em baixa pela oitava sessão seguida nesta terça-feira (14). O Ibovespa caiu 0,52%, a 102.063,25 pontos.
Os índices lá fora também são penalizados conforme cresce o temor de uma recessão global por conta da “tempestade perfeita” que se instaurou no cenário macroeconômico (pressão inflacionária, surtos de Covid-19 na China e guerra na Ucrânia).
Mais próximo do patamar emblemático de 100 mil pontos, dúvidas sobre o desempenho da Bolsa no curto prazo voltaram a aparecer no mercado.
Enquanto a perspectiva de um Ibovespa abaixo dos 100 mil pontos parecia menos provável um mês atrás, agora a visão é outra. Para especialistas, o índice pode cair mais.
Bom ponto de entrada
Isso não quer dizer que os investidores devem deixar a Bolsa de lado. O mercado de ações brasileiro está, na verdade, bastante descontado, e há quem enxergue bom ponto de entrada – especialmente abaixo dos 100 mil pontos.
Alex Lima, estrategista-chefe da Guide Investimentos, afirma que a Bolsa está muito barata em termos de múltiplo. O especialista defende que, olhando para o longo prazo e com o valuation do Ibovespa no nível atual, parece bom investir no mercado local.
“Principalmente abaixo dos 100 mil pontos. Aí a Bolsa ficará com múltiplo abaixo de 7 vezes o lucro, que é historicamente um bom ponto para entrar”, explica.
Lima destaca que o Ibovespa pode estar em queda, mas os lucros continuam subindo.
“Empresas estão conseguindo ganhar dinheiro mesmo com juros mais altos”, completa.
Idean Alves, sócio e chefe da mesa de operações da Ação Investimentos, escritório credenciado da XP, também defende que, sob perspectiva de longo prazo, o Ibovespa abriga boas oportunidades. Porém, isso não significa que os preços, já atrativos, não possam ficar ainda mais baratos.
Cautela é o lema
Para um cenário tão volátil quanto o atual, Alves recomenda buscar ativos com fundamentos mais consistentes.
“O principal agora é buscar empresas com qualidade, baixo endividamento, boas geradoras de fluxo de caixa e de preferência que paguem bons dividendos”, diz o sócio da Ação Investimentos.
Lima, da Guide, reforça a sua indicação em commodities, tendo em vista que a guerra na Ucrânia não acabou e a China em recuperação. O estrategista também menciona o setor de tecnologia, que tem sido fortemente penalizado pela aumento dos juros no mundo.
“[O setor de] tecnologia caiu muito. Será que não tem valor em algumas dessas empresas de tecnologia, que caíram 60, 70, 80%?”, questiona.
O Federal Reserve (Fed) anunciará hoje à tarde o resultado da reunião de dois dias sobre as taxas de juros dos EUA.
Esse é o principal evento da semana. Os mercados, que antes projetavam um aumento de 0,5 ponto percentual, passaram a esperar uma postura mais contracionista das autoridades monetárias do país e estimam que a elevação será de 0,75 ponto percentual desta vez.
Na avaliação do chefe da mesa de operações da Ação Investimentos, o Fed reconheceu que demorou a agir no controle da inflação e agora tenta corrigir seu erro.
“O preço a ser pago deve vir também na forma de correção dos principais índices das Bolsas de Valores do mundo para que o ajuste seja feito pela ‘mão invisível do mercado’ em relação a oferta e demanda, que hoje está descasada”, acrescenta Alves.
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil (BCB) também divulga hoje a decisão sobre a Selic, taxa básica de juros do Brasil.
O consenso do mercado é de que o BC comunique uma elevação de 0,5 ponto percentual, elevando a Selic a 13,25% ao ano.
O mercado se agarra à perspectiva de que o ciclo de alta dos juros no Brasil esteja próximo do fim. Alves, no entanto, é mais cético.
“O Copom tenta indicar desde a primeira reunião de 2022 que o ciclo de alta seria mais curto, só que sempre deixando a porta aberta para novos ajustes. Com os preços em alta, difícil imaginar que o ciclo esteja realmente perto do fim. Provavelmente, mais alguns ajustes serão necessários não só no Brasil, mas principalmente nos EUA”, afirma.
https://www.moneytimes.com.br/bolsa-brasileira-pode-ficar-mais-barata-em-meio-a-tempestade-global-perfeita/
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